quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Um canalha sobe 5.000% o preço de remédio nos EUA. Aqui, “mal” é o médico cubano grátis


POR FERNANDO BRITO · 24/09/2015



A matéria é o insuspeito Brasil Post, associado da Abril e o assunto está rodando na internet.

Os direitos de exploração nos Estados Unidos do Daraprim, droga utilizada no tratamento de malária e de infecções oportunistas da Aidsa foram comprados em agosto pela Turing Pharmaceuticals, startup dirigida por Martin Shkreli, ex-operador de ações de alto risco de 32 anos.

O preço do comprimido passou de US$ 13,50 para US$ 750, ou R$ 3 mil.

Segundo a Forbes, Shkreli ” é o homem mais odiado na América”, mas ele afirma não se importar.“A reação da mídia não é algo que eu levo muito a sério. Metade do país não gosta de empresas farmacêuticas. A outra metade do país não se importa “

Aqui no Brasil, país arcaico, atrasado, cheio de marcos regulatórios e intervenção do Estado, e controla (mais ou menos) o preço dos medicamentos, o Daraprim custa, em caixa de 100 comprimidos, R$ 7 — sete centavos por pílula –, o que corresponde a 0,002% do preço de um comprimido americano, segundo informa a repórter Ione Aguiar, do Brasil Post. E não há planos de subir o preço, porque a patente, aqui, não pertence ao “mauricinho”.

O assunto explodiu depois que, três dias atrás, o The New York Times fez uma matéria sobre os aumentos gigantescos de preço e sobre um tweet de Hillary Clinton que chegou a derrubar as ações das farmacêuticas na bolsa Nasdaq.

Aqui, a historinha sai sem destaque. Escarcéu, mesmo é para programa como o Mais Médicos, que deu atendimento a milhões de pessoas que não tinham nenhum, contra as carências do SUS e desprezo total pela pesquisa e produção de fármacos da Fiocruz e por sua luta para tornar a saúde uma concepção integral e não um monte de nichos lucrativos de mercado – remédios, planos privados de saúde e a ideia de que boa medicina é apenas alta tecnologia, como diz o o sanitarista Paulo Buss, coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação:

– Não interessa a alguns grupos que o Estado tenha força para intervir em absurdos como o acesso à tecnologia apenas a quem pode pagar.

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