domingo, 16 de julho de 2023

Morre ícone do estilo anglo-francês – mídia

 16 de julho de 2023 12:56

A cantora e atriz Jane Birkin morreu em Paris aos 76 anos após lutar contra uma série de problemas de saúde, de acordo com reportagens da mídia neste domingo.

O Le Parisien disse que a artista franco-britânica, que emergiu como um ícone de estilo na década de 1960 por seus looks chiques boêmios e popularizou a lendária bolsa Hermes Birkin, foi  motivos de saúde. “Sempre fui muito otimista e percebo que ainda preciso de um tempinho para poder me apresentar no palco novamente e com vocês”, disse ela na época.

A atriz sofreu um AVC em 2021 e já passou por tratamento após ser diagnosticada com leucemia em 2002.


Nascido em Londres em 1946, Birkin mudou-se para a França na década de 1960. Na mesma época, ela se interessou pelo cinema, incluindo um papel pequeno, mas escandaloso, no thriller de Michelangelo Antonioni 'Blowup'. Após seu primeiro casamento com o compositor John Barry, ela conheceu o cantor Serge Gainsbourg, considerado uma das figuras mais importantes do pop francês.

Juntos, eles formaram uma dupla icônica, mais famosa pela música 'Je t'aime… Moi non plus', que na época causou alvoroço por sua explicitação sexual e foi banida por rádios de vários países. Em 1976, Gainsbourg dirigiu Birkin em um filme erótico de mesmo nome, pelo qual foi indicada ao prêmio Cesar de Melhor Atriz.

O estilo de moda natural e descontraído de Birkin, caracterizado como uma mistura de peças de designers sofisticados e itens mais casuais, teve uma forte influência na indústria, com grandes nomes como Yves Saint Laurent e Givenchy se inspirando nela.

Como a China escapou da terapia de choque - Isabella M. Weber

 Primeira obra da economista Isabella Weber, Como a China escapou da terapia de choque (Editora Boitempo) é uma análise original e fecunda das reformas econômicas que moldaram o caminho da China ao longo das últimas décadas. Fruto de extensa pesquisa e uma quantidade substantiva de entrevistas, o livro apresenta as ações que permitiram ao país asiático seguir o caminho da reindustrialização gradual e chegar ao século XXI como uma das principais potências mundiais.

 
Weber busca compreender e explicar ao leitor o sucesso das reformas de mercado na China, enfatizando seu caráter plural, situando as diversas tendências e concepções na longa história do pensamento econômico chinês e ocidental. A autora também envereda pela discussão de longa data a respeito do controle estatal de preços, tanto na milenar história chinesa quanto nas tentativas recentes em outros países, no contexto da Segunda Guerra Mundial.
 
Com foco na encruzilhada econômica dos anos 1980, a obra apresenta o trajeto econômico chinês a partir da não adesão à “terapia de choque” neoliberal, caminho traçado pelos países da antiga União Soviética. Weber oferece, ainda, uma perspectiva inédita sobre o modelo econômico da China e suas contínuas contestações internas e externas. Resultado disso, Como a China escapou da terapia de choque ganhou dois importantes prêmios em 2021, quando foi lançado nos Estados Unidos, e integrou a lista de melhores livros do ano do Financial Times.
 
“A China contemporânea está profundamente integrada ao capitalismo global. No entanto, o estonteante crescimento chinês não levou o país à completa convergência institucional com o neoliberalismo. Isso desafia o triunfalismo do pós-Guerra Fria, que previa a ‘vitória incondicional do liberalismo econômico e político’ em todo o mundo. A era da revolução terminou em 1989. No entanto, isso não resultou na aguardada universalização do modelo econômico ‘ocidental’. Acontece que a mercantilização gradual facilitou o crescimento econômico da China sem que isso a levasse à assimilação generalizada. A tensão entre a ascensão da China e essa assimilação parcial define nosso momento atual e encontra suas origens na abordagem das reformas de mercado pela China”, conta a autora na introdução da obra.
 
Trecho
 
“O que estava em jogo no debate da reforma de mercado é ilustrado pelo contraste entre a ascensão da China e o colapso econômico da Rússia. A terapia de choque – a prescrição política quintessencialmente neoliberal – havia sido aplicada na Rússia, o outro ex-gigante do socialismo de Estado. O prêmio Nobel Joseph Stiglitz atesta ’um nexo causal entre as políticas da Rússia e seu fraco desempenho‘. As posições da Rússia e da China na economia mundial inverteram-se desde que implementaram modos diferentes de entrada no mercado. A participação da Rússia no Produto Interno Bruto (PIB) mundial caiu quase pela metade – de 3,7% em 1990 para cerca de 2% em 2017 –, enquanto a participação da China aumentou quase seis vezes – de apenas 2,2% para cerca de um oitavo da produção global. A Rússia passou por uma desindustrialização dramática, enquanto a China se tornou a notória oficina do capitalismo mundial. A renda média real de 99% dos russos foi menor em 2015 que em 1991, enquanto na China, apesar do rápido aumento da desigualdade, esse número mais que quadruplicou no mesmo período, superando o da Rússia em 2013. Como resultado da terapia de choque, a Rússia teve um aumento de mortalidade acima de qualquer experiência anterior em um país industrializado em tempos de paz.”