segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Na Guerra de trincheiras da velha mídia Aécio Neves é general 5 estrelas.


Alexandre Tambelli

A grande discussão sobre os meios de comunicação hegemônicos no Brasil que temos de enfrentar e de forma realística é:

Como querer imparcialidade se a velha mídia brasileira (Rede Globo, Folha, Estadão, Veja, Band & Cia.) deixou de ser um canal de comunicação de notícias de interesse da coletividade para se tornar um instrumento puro e simples de oposição ao Brasil e aos interesses da população brasileira?

Não adianta, a mídia oligopólica brasileira vive, atualmente, apenas para:

1) Defender a Ideologia de um grupo específico de agentes econômicos poderosos e que estão em toda parte do Planeta, apesar de representarem os interesses de menos de 1% da população mundial;

2) Cooptar um conjunto de políticos e agremiações políticas e um outro conjunto, o de aliados no Judiciário, que aceitem o papel de defesa de seus interesses em troca de blindagem, tratamento cordial e positivo dos seus atos administrativos e apoio eleitoral no caso dos políticos. Dá-se apoio ao Político, ao partido político e ao membro do Judiciário que aceitar como idêntico os seus interesses econômicos e uma forma que deva coexistir na sociedade o dominante e os dominados.

Com domínio de mais de 80% dos meios de comunicação que levam informação sobre o Brasil e o Mundo aos brasileiros ela, a velha mídia, detém um Poder de formar a opinião pública brasileira inimaginável.

Acaba, pois, fornecendo aos brasileiros, a visão de mundo, que lhe interessa e a colocar acima do papel primordial de um meio de comunicação: a notícia de interesse coletivo, a defesa intransigente de sua Ideologia econômica. Ela coloca como saudável o que interessa ao 1% como interesse dos 100% dos brasileiros. E acabamos todos enredados numa Guerra ideológica sem fim.

Pró e contra a Ideologia da velha mídia. Pró e contra os aliados dela. E não mais se busca a notícia na velha mídia, quando se aprende o que ela faz hoje de forma exclusiva: propaganda ideológica. Perdeu-se a razão de assistir, ouvir, ler a velha mídia para milhões de brasileiros.

Afinal a velha mídia não faz mais Jornalismo.

Ela não separa mais a Ideologia nem da Informação mais comezinha e nem da informação que a todos beneficia. Não separa mais o interesse particular da notícia. Não respeita mais sequer a pessoa, se esta for de outra Ideologia, mesmo sendo a pessoa a mais honesta pessoa do mundo. Tudo se restringe a olhar se uma pessoa está a lhe obedecer, a seguir seu manual de instrução (o da velha mídia), a ajuda-la a implementar os interesses econômicos que defende ou não.

A velha mídia não olha os atos das pessoas mais. Olha o que ela defende, qual a Ideologia que ela pratica. Se a pessoa faz o que estes meios de comunicação defendem/representam/tem interesse ela os deixará em paz, independente de ser desonesta e do grau de desonestidade da pessoa, aqui pode ser um Político, um membro do Judiciário ou um funcionário do setor administrativo de um Governo aliado.

Porém, o radicalismo é tão grande na velha mídia, que não há tréguas nem para um agrupamento de políticos/administradores que a sua política econômica aumenta juros, faculta lucros homéricos a bancos, coloca um Ministro da Economia totalmente ligado, de muitas formas, à Ideologia e aos interesses econômicos que a velha mídia defende. Por quê?

Porque a velha mídia só aceita a receita exata que ela possui de intervenção na sociedade: o Estado mínimo e a submissão dos governantes aos ditames do Capitalismo Financeiro Internacional sem tréguas. Tudo nela se tornou uma intransigência irrefreável.

Nela não há espaço para se pensar na existência de uma sociedade menos desigual e com equilíbrio dos lucros numa divisão mais igualitária dos rendimentos do trabalho e nem sequer de hegemonia do capitalismo industrial sobre o capitalismo financeiro.

A nossa velha mídia (metaforicamente) se tornou um conjunto diminuto de países com exército poderoso e com armamentos de ponta em Guerra contra muitos outros países com exército arcaico. Está de um lado da trincheira e faz qualquer coisa para derrotar seu inimigo, porque numa Guerra não há limites, há àqueles que se precisa destruir, porque são de outra cor a bandeira, a ideologia e o modelo de sociedade ideal.

Não adianta a gente ficar sonhando nem com o apreço e respeito da velha mídia, ao menos, pelo ser humano (telespectador) que se aceita capaz de lhe dar audiência.

Ocultar a denúncia do Youssef contra o Aécio Neves é parte integrante desta Guerra. Aécio Neves faz o que a velha mídia quer, e poupado será sempre. Aécio Neves aceita agir em prol dos interesses ideológicos e econômicos da velha mídia. Ele é um General 5 estrelas da velha mídia. E por isto, somente fora da velha mídia brasileira se pôde ver, em manchete, a notícia mais importante da semana.

Quando a velha mídia perdeu a capacidade de separar a defesa intransigente de uma Ideologia econômica da prática do Jornalismo a notícia ficou em segundo plano. O centro do Jornalismo se deslocou do coletivo para o particular.

No decorrer dos anos do PT no Governo Federal foi sendo preparado o terreno para a Guerra.

A intransigência, o Jornalismo parcial e a radicalização no trato da notícia favorável só aos aliados de Guerra e contrária/negativa a todos os do outro lado da trincheira se tornou a marca registrada da vela mídia.

Seus jornalistas, comentaristas e aliados adentraram em um estado de espírito doentio, que acomodou as pessoas do lado da trincheira dos meios de comunicação em uma loucura, talvez, inconsciente de só enxergar erros nos governos Lula e Dilma, porque estes dois governos estão do outro lado da trincheira.

Aécio é o General 5 estrelas da trincheira da velha mídia. Dilma e Lula generais inimigos e numa paranoia mais abstrata eles seriam: generais vermelhos, revolucionários perigosos, comunistas infiltrados no Poder central e outras paranoias mais. Devem ser derrotados, são inimigos de Guerra ideológica.

Culminou que a sociedade brasileira foi contaminada por este vírus do Jornalismo dos erros, de trincheiras ideológicas, da intransigência contra quem não está defendendo 100% dos seus interesses e até da não notícia.

Hoje, estamos divididos. Aécio Neves representou (a) em 2014 e 2015 a redenção, a capitulação dos inimigos e a vitória da velha mídia; o PT, Lula e Dilma, os inimigos, a serem derrotados.

Hoje, as ruas representam inconscientemente a Guerra de trincheiras da velha mídia contra outras ideologias que não sejam 100% iguais a dela. As manifestações atuais da extrema-direita nasceram da intransigência da velha mídia, são resultados do não jornalismo ali praticado.

O ódio doentio contra os petistas ou defensores do Governo Dilma, contra LULA e as esquerdas, também, surgiram desta Guerra de trincheiras, da doentia paranoia de querer implementar à força e tornar hegemônico o modelo econômico que a velha mídia defende.

Qualquer Ética jornalística desapareceu, narrativas falseadas do Brasil surgiram aos montes, nenhuma lucidez se faz mais presente nestes meios de comunicação. É Guerra e as manchetes contra o inimigo são seus principais aliados, elas precisam estar 24 horas do dia em ação! Contra o inimigo não se admitem tréguas.

Por isto um General 5 estrelas não pode ser manchete, certo? Daria munição ao inimigo, se perderia uma batalha importante, e recuo considerável na ocupação do território inimigo. Aécio Neves poderá ser rebaixado de patente, esquecido, sendo alçado Geraldo Alckmin ao posto de General 5 estrelas, mas, nunca será abatido pelas manchetes.

O brasileiro foi escolhendo o lado na Guerra de trincheiras, e participa de cada batalha: nas ruas, na Internet, no lazer, no trabalho, em casa, em qualquer lugar. E em clima pesado de comunicação/interação e atitudes, infelizmente.

O triste desta Guerra é que nunca saberemos o atual estágio de desenvolvimento do Brasil, por meio destes grupos de comunicação hegemônicos no Brasil.

Podemos dizer: o Brasil de agosto de 2015 está para ser descoberto, jornalisticamente, assim, como o Brasil de antes e depois do PT.

O Jornalismo da Guerra de trincheiras é prejudicial por demais ao nosso País.

Não adianta mais querer modificar o quadro de dentro do sistema velha mídia nem de seus aliados e seguidores, porque eles se enredaram em uma realidade paralela, a da bolha maniqueísta, que descrevi outro dia e pode ser lido sobre ela neste link:

http://jornalggn.com.br/noticia/a-imprensa-e-a-bolha-maniqueista

A velha mídia está em Guerra contra o Governo Federal. Não adianta mais cobrar sensatez de quem vive em Estado de Guerra. A sobrevivência desta mídia é incerta, provavelmente, durará mais alguns anos e a sua sobrevivência se dará mantendo esta batalha interminável de jogar todos contra todos, de colocar-se ao lado de uns contra o interesse da imensa maioria.

Uma bolha resistente se vê e se fortalecerá, porém, não vamos vê-la explodir, apenas encolher-se até o último sobrevivente segurar uma já gasta vela acesa numa caverna, talvez, algum Jornalista mais realista que o rei da Rede Globo.

Veremos a bolha até tornar-se imperceptível, até um último suspiro, quando, este último sobrevivente sentindo-se só vai assoprar a vela, sair da caverna e render-se, o último soldado da fronteira inimiga!

E a Guerra será dada por terminada.

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