segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A economia brasileira afeta diretamente os países vizinhos.

Segundo Roberto Simonard, professor de economia internacional e comércio exterior da ESPM-RJ (Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro), o Brasil é liderança econômica na América Latina e exerce influência em países como Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia, principalmente em setores como energia e siderurgia.

Economias interligadas
A América Latina, de acordo com Simonard, tem uma boa reserva e isso se deve ao aquecimento da economia brasileira, que puxa todos os outros países. Se esse cenário mudar, a influência será a mesma, só que negativa. “As economias estão ficando muito interdependentes e, caso a economia brasileira fique estagnada, esses países com certeza também terão problemas”, afirma.

Se o Brasil vai bem, consequentemente aumenta as exportações dos países vizinhos. Mas se o país diminui o crescimento de sua economia, a demanda também diminui. “Importamos muito petróleo da Venezuela e arroz do Uruguai, por exemplo. Se deixarmos de comprar, é aí que vamos afetar os países vizinhos”, conta Jobson Monteiro Souza, professor de economia internacional da FECAP. Segundo ele, a economia latina como um todo é muito influenciada pelo Brasil, mas alguns países acabam se destacando.

Argentina
Na América Latina, a Argentina é um dos países de maior relação comercial com o Brasil. Pedro Moreira Leite, presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Argentina, conta que o país do tango é o terceiro maior parceiro comercial brasileiro. De janeiro a novembro de 2011, o comércio bilateral entre os vizinhos chegou à casa dos US$ 35 bilhões – sendo US$ 15,5 bilhões em exportação da Argentina para o Brasil (mais de 20% das exportações totais dos portenhos) vão para o Brasil, enquanto US$ 20 bilhões seguem no sentido contrário.

Além da balança comercial positiva, o Brasil apresenta outra vantagem sobre a Argentina: se as exportações diminuírem para o país vizinho, o resultado não terão o mesmo impacto, caso fosse o contrário. Como as exportações de produtos e insumos brasileiros alcançaram US$ 239,97 bilhões no acumulado do ano até dezembro, o valor exportado para a Argentina foi responsável por aproximadamente 6,5% desse total.

Segundo Simonard, em relação ao mercado de automóveis, por exemplo, a relação é de quase dependência: 90% dos veículos que a Argentina exporta vêm para o mercado nacional. Leite afirma que há, inclusive, produtores médios de azeite, azeitonas e frutas secas, por exemplo, que dependem 100% dos compradores brasileiros.

Sem contar a grande influência que o turista brasileiro exerce na economia argentina atualmente. “Se pararmos de viajar, isso terá impacto direto no mercado portenho. De um jeito ou de outro, se estagnarmos, pararmos ou diminuirmos o fluxo de turistas brasileiros, os argentinos sentirão os efeito na economia no dia seguinte. E, certamente, muito mais do que os outros países vizinhos”, explica.


Ógui
especial para o Terra

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