quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Janaína, a cínica, diz que quer depor Dilma em favor dos netos de Dilma…


Como eu discordo da Doutora Janaína Pascoal que, segundo a manchete do El País, diz que “ninguém deve ser protegido por ser mulher”, vou procurar me manter contido nos comentários sobre sua intervenção, agora cedo, no Senado, quando apresenta as alegações finais da acusação a Dilma Rousseff que, assisto com grande constrangimento.
Cinismo, hipocrisia e a culminância quando, às lágrimas crocodilianas, disse que pedia desculpas a Dilma Rousseff pelo que fazia, mas que o fazia “pelos netos” da Presidenta afastada.
Coisa de gente desclassificada, como é essa senhora que, infelizmente, passará a fazer parte, ao menos como nota ridícula, da história brasileira.
Viu-se um espetáculo dantesco, que em nada se ateve ao que está sendo julgado.
Tão terrível foi que parece que seu espírito contaminou um jurista, este sim, de tradição – embora conservadora -, Miguel Reale Jr., talvez já com os anos a prejudicarem seu raciocínio, protestou contra a obviedade de que o processo de impeachment foi iniciado por Eduardo Cunha, confessando que ele nasceu “da Avenida Paulista, da Avenida Atlântica”.
Porque, antes, Janaína tinha atribuído a Deus a ação, ao dizer que “foi Deus que fez com que várias pessoas, no mesmo tempo, cada uma com sua competência, percebessem o que estava acontecendo ao nosso país”.
Toda a preocupação da acusação, muito mais do que apontar os crimes concretos dos quais acusa Dilma, consiste em afirmar a suposta legalidade do processo, que todos – inclusive eles – sabem que só existe nos seus discursos e na mídia que sustenta a deposição da presidente eleita.
A fala da acusação, bastante assemelhada ao espetáculo dos deputados na Câmara naquele fatídico 17 de abril, quase que se resume-se a xingamentos e eleitoralismos.
O espetáculo é patético.
Mais patético, porém, é que esteja sendo levado a sério.

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